sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Robô Philae recebe pouca energia solar para manter testes científicos

Módulo recebe uma hora e meia de luz solar por dia para recarregar bateria. Expectativa era de 7h ao dia; Philae ainda tem carga para testes iniciais.



(G1) Cientistas da Agência Espacial Europeia, a ESA, confirmaram nesta quinta-feira (13) que o módulo Philae recebe uma hora e meia de luz solar por dia para recarregar suas baterias, enquanto a expectativa era de até sete horas.

Ainda não foi necessário acionar os equipamentos fotovoltaicos instalados no robô, que pousou nesta quarta (12) no cometa 67/P Churyumov-Gerasimenko, após ser lançado pela sonda Rosetta.

Isso porque ele ainda está dentro do prazo de 64 horas de autonomia para realizar os diversos experimentos que vão analisar o cometa. Os testes tem o objetivo de tentar desvendar questões importantes sobre a origem do Sistema Solar e da vida, na forma que conhecemos.

Ainda não é possível saber se o robô vai continuar operando depois do prazo previsto pela agência.

Primeiras imagens
O Philae mantém sem problemas a comunicação com a Rosetta nas horas em que esta tem visibilidade e já enviou as primeiras imagens do cometa 67/P Churyumov-Gerasimenko, realizadas sobre sua superfície depois da aterrissagem.

Na imagem acima, montada de duas das seis fotos feitas pelo instrumento Çiva, se pode ver que o módulo está sobre a superfície do 67/P.

Stephan Ulamec, responsável pela missão de aterrissagem do Philae, explicou em entrevista coletiva na manhã desta quinta que o Philae quicou duas vezes na superfície do cometa antes de se estabilizar.

Vindo de uma altura de 22 km, quando se desprendeu da sonda rosetta, o módulo subiu 1 km depois de bater pela primeira vez no cometa. Esse primeiro pulo durou quase 2 horas. A segunda rebatida demorou poucos minutos, e foi muito menor. Por enquanto, a ESA desconhece a posição exata do módulo, mas prevê que a câmera de alta resolução instalada na sonda possa descobri-lo nas próximas horas.

Ele está apoiado na superfície com dois de seus pilares e com o terceiro no ar. O chefe de voo da ESA, Paolo Ferri, prevê que o robô poderá permanecer estável sobre o cometa, após ter tido problemas para se fixar sobre ele.

"O Philae passou a noite sobre o cometa e temos três boas notícias. A primeira é que está pousado sobre o núcleo do cometa. A segunda é que recebe energia: seus painéis solares estão ligados e permitem encarar o futuro. E a terceira é que estamos em contato permanente com o Philae, já que o robô emite e envia informações à Rosetta e depois à sonda, que está em órbita ao redor do cometa, as transmite à Terra", declarou Jean-Yves Le Gall, presidente do CNES, localizado no sul da França.

Os engenheiros ainda precisam descobrir o que levou o robô a falhar no lançamento do par de ganchos na superfície do cometa, desenvolvidos para evitar que se afaste do corpo celeste, que tem baixíssima gravidade.

Feito inédito
A Europa fez história na quarta-feira (12) ao conseguir pousar seu primeiro robô em um cometa. O laboratório mecanizado, do tamanho de uma geladeira e com cerca de 100 quilos de peso, tocou a superfície do cometa em uma manobra de alto risco, a mais de 510 milhões de quilômetros da Terra.

Aprovada em 1993 e com custo de 1,3 bilhão de euros (US$ 1,6 bilhão), a missão Rosetta se lançou ao espaço em 2004, levando junto o módulo Philae, equipado com 10 instrumentos. Sonda e robô alcançaram seu alvo em agosto deste ano, usando o empuxo gravitacional da Terra e de Marte como verdadeiros estilingues espaciais.

Ao orbitar lentamente o "67P" desde agosto, Rosetta fez algumas observações surpreendentes sobre o cometa. Seu contorno lembra de alguma forma o de um patinho de borracha, mais escuro que o carvão e com uma superfície retorcida e bombardeada por bilhões de anos no espaço, o que fez dele um ponto difícil de pousar.

A missão de Philae inclui perfurar a superfície do cometa e analisar amostras de marcadores de isótopos de água e moléculas complexas de carbono.

Segundo a teoria corrente, os cometas bombardearam a nascente Terra há 4,6 bilhões de anos, trazendo moléculas de carbono e a preciosa água, partes importantes da "caixa de ferramentas" fundamental para a vida no nosso planeta.

O que quer que aconteça com sua carga, a Rosetta continuará a acompanhar o cometa, analisando-o com 11 instrumentos quando orbitar o Sol no ano que vem. A missão está prevista para terminar em dezembro de 2015.
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