sexta-feira, 8 de abril de 2011

Encontrados sinais de água líquida em cometas


(Inovação Tecnológica) Cientistas encontraram indícios de água líquida no passado dos cometas, desbancando a ideia de que eles nunca experimentaram calor suficiente para derreter o gelo que forma a maior parte de sua massa.

Poeira de cometas
Os pesquisadores fizeram a descoberta analisando grãos de poeira do cometa Wild-2, trazidos de volta à Terra pela sonda Stardust.

Lançada em 1999, a sonda Stardust capturou minúsculas partículas lançadas da superfície do cometa em 2004, usando um material super leve, chamado aerogel, e as trouxe de volta à Terra em uma cápsula que aterrissou no estado de Utah, nos Estados Unidos, dois anos depois.

Esta é a segunda vez que os resultados coletados pela Stardust alteram a teoria sobre a formação dos cometas:

Minerais dão sinais de água líquida
"Na nossa amostra, encontramos minerais que se formam na presença de água líquida," afirma Eva Berger, da Universidade do Arizona, que liderou o estudo. "Em algum ponto da sua história, o cometa conteve 'bolsas' de água."

Os cometas são frequentemente chamados de "bolas de neve sujas" porque são formados principalmente de água congelada, salpicada de fragmentos de rochas e gases congelados.

"Quando o gelo derreteu no Wild-2, a água quente resultante dissolveu minerais que estavam presentes naquele momento, precipitando os minerais na forma de sulfetos de ferro e cobre que observamos em nosso estudo", diz Dante Lauretta, coautor do estudo. "Os sulfetos se formaram entre 50 e 200 graus Celsius, muito mais quente do que as temperaturas abaixo de zero previstas para o interior de um cometa."

Ao contrário dos asteroides, pedaços extraterrestres formados por rochas e minerais, os cometas apresentam uma cauda formada por jatos de gás e vapor que o fluxo de partículas de alta energia vindas do Sol arranca de seus corpos congelados.

Mas os resultados da sonda Stardust também já haviam mostrado que há similaridades entre asteroides e cometas.

Os pequenos riscos no aerogel foram causados pelas partículas do cometa, capturadas quando a sonda Stardust voou através de sua cauda. [Imagem: NASA/JPL-Caltech]



Temperatura máxima no cometa

A descoberta dos sulfetos minerais de baixa temperatura é importante para a compreensão de como cometas se formaram - o que, por sua vez, dá informações sobre a origem do Sistema Solar.

Além de fornecer evidências de água líquida, os ingredientes descobertos colocam um limite superior para as temperaturas que Wild-2 encontrou desde sua origem e ao longo de sua história.

"O mineral que encontramos - cubanita - é muito raro em amostras vindas do espaço", diz Berger. "Ele existe em duas formas, e a que encontramos só existe abaixo de 210 graus Celsius. Isto é emocionante porque nos diz que esses grãos não foram submetidos a temperaturas mais elevadas do que isso."

Cubanita é um sulfeto de ferro e cobre também é encontrado na Terra, em depósitos de minério expostos às águas subterrâneas aquecidas, e em um determinado tipo de meteorito.

Dois cometas
Depois de terminar sua visita ao cometa Wild 2, a sonda Stardust ainda tinha combustível nos tanques, o que fez a NASA redirecionar sua órbita para que ela pudesse observar um segundo cometa, o Tempel 1.
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