terça-feira, 26 de agosto de 2014

O local de pouso da Rosetta


(Mensageiro Sideral - Folha) A equipe responsável pela missão europeia Rosetta escolheu os cinco locais mais promissores para o primeiro pouso de uma sonda num cometa, evento histórico — e tenso — marcado para 11 de novembro.

Os cientistas têm trabalhado furiosamente no mapeamento do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko desde a chegada da espaçonave ao astro, no último dia 6. As primeiras imagens com essa finalidade foram obtidas a uma distância de 100 km e forneceram subsídios para uma seleção inicial de dez sítios para o futuro pouso do módulo Philae.

Agora, esta seleção foi reduzida a cinco locais — e escolher o melhor ponto para descida é mais complicado do que pode parecer. Não é somente escolher o lugar mais lisinho, com menos risco de a sonda ser danificada ao impactar contra uma rocha pontiaguda. Um dos requerimentos, por exemplo, é que ele forneça pelo menos seis horas de exposição ao Sol conforme o cometa gira em torno de seu próprio eixo, de forma que as baterias do Philae possam ser recarregadas via painéis solares, após o esgotamento da carga inicial de 64 horas. Mas calma lá! Também não pode ter Sol demais, sob risco de causar super-aquecimento.

(Meu alvo favorito? É o marcado com a letra A, na imagem acima; ele permite a observação dos dois lobos do cometa e está numa reentrância que parece limitar à medida certa a exposição ao Sol. Mas só imagens com mais resolução permitirão concluir que ele seria mesmo uma boa opção.)

E agora, quais serão os próximos passos? A essa altura a Rosetta já está monitorando o cometa de mais perto — 60 km — e deve descer ainda mais na semana que vem, chegando a 30 km de distância. Esse processo permitirá um mapeamento mais detalhado dos cinco sítios pré-selecionados, e no dia 14 de setembro restarão apenas dois: um primário e um reserva. No fim de setembro, a distância orbital entre a Rosetta e o cometa terá caído para 20 km e, a partir de 10 de outubro, essa distância cai para 10 km — o equivalente aproximado à altitude de cruzeiro de um avião de passageiros.

Em 12 de outubro, a equipe responsável pela escolha dará o “Go!” (ou o “No Go!”, se for o caso) para o sítio primário, e os operadores começam a adaptar o software da Philae para as especificidades do plano de pouso. Em 9 de novembro o software é transmitido da Terra para o Philae e, dois dias depois, em 11 de novembro, vamos todos fazer figas pelo módulo de pouso em sua audaciosa tentativa de fazer uma descida suave na superfície do cometa.

Será de arrepiar. Fique ligado.
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