quarta-feira, 23 de julho de 2014

No alvo: espaçonave Rosetta se aproxima de cometa com dois núcleos


(Apolo11) A medida em que se aproxima do seu alvo, a nave europeia Rosetta coleta importantes dados sobre o cometa 67P/Churyumov–Gerasimenko e descobre que seu alvo tem dois núcleos e lança ao espaço incríveis 40 mil litros de água por dia.

Faltando apenas 14 dias para a aproximação do cometa 67/P, os dados enviados pela sonda robótica não param de surpreender e isso deverá ficar cada vez mais corriqueiro à medida que se aproxima do seu alvo.

Atualmente, Rosetta está a 41 mil quilômetros da superfície cometária e em poucos dias começará a coletar informações antes de pousar em sua superfície.

Recentemente, os pesquisadores da agência espacial europeia, ESA, divulgaram imagens impressionantes do núcleo de 67P/Churyumov–Gerasimenko, e revelam que o cometa não é formado por apenas um núcleo, mas por dois fragmentos unidos, conhecido pelos pesquisadores como contato binário.

Imediatamente, diversas teorias começaram a ser formuladas, entre elas a possibilidade de que o cometa é na verdade o resultado da fusão de dois cometas ou então que o objeto é formado por uma pilha de escombros soltos. Outros acreditam que em algum momento de sua existência a rocha passou por algum tipo de evento explosivo.

Outro dado bastante interessante também foi divulgado pela ESA e revela que 67P está lançando ao espaço cerca de 40 mil litros de água por dia, mesmo localizado a quase 600 milhões de quilômetros do Sol.

As primeiras observações dos jatos de vapor de água foram observadas em 6 de junho, através do instrumento MIRO (Microwave Instrument for Rosetta Orbiter), quando a sonda ainda estava a 350 mil quilômetros de distância.

"Nós sempre soubemos que iríamos observar a vaporização de água do cometa, mas ficamos surpresos com o quão cedo isso aconteceu, disse o pesquisador Sam Gulkis, ligado ao Laboratório de Propulsão a Jato, da NASA.

Esse fluxo de vapor e poeira é o responsável pela coma do cometa, uma espécie de atmosfera que circunda a rocha. À medida que o cometa se aproxima do Sol a coma se expande ainda mais. Com a pressão do vento solar essa atmosfera é soprada e forma uma longa cauda que pode atingir centenas de milhares de quilômetros

O cometa
O cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko foi descoberto em 1969 por Konstantin Churyumov, da Universidade de Kiev, na Ucrânia e seu colega S. Gerasimenko, do Instituto de Astrofísica do Tajiquistão.

A rocha tem um núcleo de cerca de 5 quilômetros de largura e orbita o Sol a cada 6.6 anos. Em seu afélio, ponto de maior afastamento do Sol, sua distância chega a atingir 857 milhões de quilômetros, enquanto seu periélio, menor distância da estrela, é de 186 milhões de quilômetros, um pouco maior que a distância da Terra ao Sol.

Aproximação Pouso
Desde que foi lançada, a nave Rosetta já orbitou o Sol por cinco vezes e segundo os responsáveis pelo projeto, essa é a mais complexa exploração de um cometa jamais vista.

Nos próximos dias, em agosto, a sonda se aproximará do cometa e fará um preciso mapeamento topográfico. Em seguida tem início a fase mais complexa da missão, que será liberar um pequeno explorador de 100 quilos que pousará na superfície gelada do cometa.

A nave passará dois anos orbitando o cometa, recebendo os dados enviados de sua superfície pelo explorador.
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E mais:
A caminho de um cometa há dez anos, sonda europeia já revelou a sua forma irregular (Público - Portugal)
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Novas imagens do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko (AstroPT)

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