segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Após achar 1º cometa 'brasileiro', grupo quer ampliar observatório

(Folha) Um grupo de astrônomos amadores de Minas Gerais acaba de descobrir o primeiro cometa 100% brasileiro e agora já ambiciona expandir as buscas por novos objetos.

O trio de observadores responsável pela descoberta do astro construiu com verbas próprias um observatório em Oliveira, pequena cidade a 165 km de Belo Horizonte.

No último dia 12, Cristóvão Jacques, Eduardo Pimentel e João Ribeiro detectaram nas imagens colhidas em seu telescópio um objeto desconhecido em órbita ao redor do Sol. De cara, imaginaram que fosse um asteroide.

Observações por outros astrônomos confirmaram que se tratava de um cometa, cuja descoberta foi oficializada pela IAU (União Astronômica Internacional) no dia 16.

É o primeiro achado do tipo feito no Brasil, por brasileiros. Em 1860, um astrônomo em Olinda (PE) descobriu um cometa, mas era um francês, Emmanuel Liais, do Observatório de Paris.

Em homenagem à instalação que fez a descoberta, o novo cometa recebeu o nome oficial de C/2014 A4 Sonear, sigla para Southern Observatory for Near Earth Asteroids Research (Observatório Austral para Pesquisa de Asteroides Próximos à Terra).

O telescópio responsável pelo achado foi fabricado no Brasil, sob encomenda, com um espelho com 450 milímetros de diâmetro. Grande para amadores, mas modesto para os profissionais, o que torna a descoberta ainda mais impressionante.

O achado impulsiona planos ainda mais ambiciosos para o Sonear. "De imediato, vamos continuar fazendo a regulagem das imagens do telescópio e também do software de detecção", disse Cristóvão Jacques à Folha.

"Um segundo telescópio está previsto para entrar em operação. O observatório foi desenhado para abrigar dois telescópios e continuar o trabalho de buscas e vigilância."

O foco do Sonear é descobrir bólidos celestes que passem perigosamente próximos à órbita da Terra, ameaçando a segurança planetária.

Há diversos projetos para monitoramento de asteroides, mas todos concentrados no hemisfério Norte.

"Em julho de 2013, o programa de buscas localizado na Austrália foi encerrado devido à falta de verbas", conta Jacques. "O Sonear é o único programa atualmente em atividade no hemisfério Sul."

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