quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Corpo celeste parecido com asteroide é na verdade um cometa


(O Globo) Por 30 anos, cientistas acreditaram que um grande objeto próximo da Terra, conhecido como 3552 Don Quixote, era um asteroide. Agora pesquisadores da Universidade do Tennessee, nos EUA, descobriram que o terceiro maior corpo celeste que tem órbita entre o Sol e o planeta azul é um cometa. Ou seja, é uma mistura de gelo, gases congelados e poeira, o que levanta o debate sobre a origem da água na Terra.

Acredita-se que cerca de 5% destes objetos na órbita solta sejam cometas extintos, que perderam a água e o dióxido de carbono da coma - uma nuvem em volta do núcleo - e da calda, sobrando uma rocha que se parece com um asteroide. Mas Don Quixote na verdade é um cometa ativo, provavelmente contendo água congelada e não apenas pedras. A descoberta será apresentada no Congresso Europeu de Ciência Planetária, nesta terça-feira, em Londres.

- Don Quixote sempre foi conhecido como algo estranho - afirmou Joshua Emery, professor da Universidade do Tennesse, coordenador da pesquisa. - Sua órbita o leva próxima à Terra, mas também até Júpiter. Uma vasta órbita como esta é similar a de um cometa, não a de um asteroide, que tende a ser mais circular, por isso as pessoas pensavam que poderia ser um cometa que perdeu todo o seu depósito de gelo.

Utilizando o telescópio espacial, em parceria com a Nasa, os pesquisadores reexaminaram as imagens de Don Quixote desde 2009, quando ele estava na parte da órbita mais próxima do Sol, e descobriu que ele tinha um coma e uma cauda.

O professor também reexaminou imagens desde 2004, quando estava mais distante do sol, e determinou que a superfície é composta de pó de silicato, similar a de um cometa. Ele também notou que Don Quixote não tinha coma ou calda à distância, o que é comum em cometas porque eles precisam da radiação do sol para formar a coma e das partículas carregadas do sol para formar a cauda.

- O poder do telescópio Spitzer nos permitiu identificar a coma e a calda, o que não foi possível utilizando telescópios do solo - afirmou Emery. - Acreditamos agora que o corpo contém bastante gelo, com dióxido e monóxido de carbono, em vez de ser apenas uma rocha.

A descoberta sugere que o dióxido de carbono e a água congelada podem estar presentes em outros corpos celestes próximos à Terra. Isto pode ter implicações nas origens da água na Terra, já que o cometa pode ser uma destas fontes, e a quantidade de Don Quixote representa cerca de 100 bilhões de toneladas de água - quase a mesma quantidade encontrada no Lago Tahoe, na Califórnia.
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