terça-feira, 17 de abril de 2012

Aquilo é um cometa?

"Cometas são corpos celestes cuja a sua estrutura pode ser definida, como diria o astrônomo e amigo Ronaldo Mourão, como bolas de gelo sujas"




(Victor Alencar - O Povo) Olhar para o céu em uma noite escura nos revela belas formas celestes. A beleza das estrelas e planetas cravados no firmamento faz com que perguntas comecem a aparecer na nossa mente afim de saciar a curiosidade que os astros criam em nós. Porém não só estrelas e planetas permeiam o céu noturno. Outras formas ainda mais intrigantes coabitam o espaço: asteroides, supernovas, estrelas cadentes e os belos cometas.

De todos os corpos celestes, talvez os cometas sejam os mais curiosos corpos celestes. Desde a antiguidade, quando se acreditava que os astros tinham influência direta no rumo da sociedade, os cometas já tinham a sua importância. Geralmente eles estavam associados a acontecimentos marcantes como a morte de um rei.

Um exemplo da importância de um cometa está presente atualmente na série fantástica da HBO, Game of Thrones. A série é ambientada em um mundo que vive uma Idade Média cheia de misticismo, onde a aparição de um cometa é associada a acontecimentos marcantes. Uns dizem que a aparição foi ocasionada pela morte de um rei, outros que era o nascimento de um dragão.

Cometas são corpos celestes. A estrutura deles pode ser definida, como diria o astrônomo e amigo Ronaldo Mourão, como bolas de gelo sujas, isso porque a sua composição é basicamente de rochas e gases congelados. Quando eles estão bastante afastados do sol, nos confins do sistema solar, eles atraem material e, à medida que vão chegando próximos ao sol, esse material vai se evaporando, criando ao redor do cometa uma espécie de nuvem e essa nuvem vai se desfazendo criando a cauda do cometa.

Um cometa possui duas caudas, uma retilínea e diametralmente oposta ao sol (cauda de gás) e uma outra com uma leve curva (cauda de poeira), mas também oposta ao sol. Ambas são ocasionadas da interação com as moléculas das caudas com a ação da radiação emanada do sol, chamada de Vento Solar (a mesma radiação que ao interagir com as partículas da atmosfera terrestre gera as famosas auroras polares).

Os cometas são astros cuja presença no céu não é constante. As suas órbitas são grandes e o período em que eles dão uma volta ao redor do sol é muito grande. Dessa forma, os cometas são divididos em duas classes: cometas de curto período, cujo período de translação é inferior a 200 anos; e cometas de longo período, onde o período de translação é superior a 200 anos. Alguns cometas possuem a órbita tão grande que muitas vezes só aparece uma única vez e a sua volta é estimada em milhares de anos.

Um dos cometas mais famosos, o cometa Halley, por exemplo, é um cometa de curto período. Seu período de translação é de aproximadamente 76 anos. Sua descoberta foi em 1696 pelo astrônomo Edmond Halley. O cometa já foi registrado inúmeras vezes. A primeira aparição registrada foi em 240 a.C. Em 1066, o cometa Halley ficou registrado nas famosas tapeçarias de Bayeux.

Em 1910, uma onda de boatos sobre o cianogénio, um gás tóxico presente na composição química do cometa, deixou a população assustada, pois a Terra iria passar sobre o rastro do cometa. Decorrente disso, vários aproveitadores, baseados na ingenuidade da população, começaram a vender mascaras de gás contra o gás letal do cometa.

Outro cometa bastante famoso foi o cometa Hale-Bopp, que foi um mais visíveis do século passado. Com um período orbital de 2535 anos, aproximadamente, o Hale-Bopp passou pela última vez próximo da Terra em 1997 e o Ceará teve grande contribuição nas observações desse cometa. No Brasil, a primeira equipe a registrar o cometa foram os astrônomos amadores Heliomárzio Moreira e Dermeval Carneiro, ambos figuras de grande influência na astronomia cearense.

Caso você queira ver e estudar mais os cometas, fique atento ao céu. No meio do ano teremos um cometa bem brilhante no céu, o 96P/Machholz, que terá o seu dia de maior brilho em 14 de julho e estará visível nas proximidades da constelação do Órion, constelação famosa pelas Três Marias.

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