quarta-feira, 14 de março de 2012

Cometa penetra em explosão solar e ruma contra a estrela

(Apolo11) Nem bem terminaram os efeitos da última tempestade solar e o astro-rei é novamente o centro das atenções. Ao mesmo tempo em que a estrela ejetava uma nova e grande carga de massa coronal, um solitário cometa penetrava dentro da nuvem de partículas e agora ruma contra a superfície do Sol.


O vídeo mostra a explosão solar de classe M7 e a consequente chuva de prótons registrada pelos sensores a bordo do telescópio solar Soho. No canto esquerdo inferior, rumando em direção ao Sol vemos o cometa Swan, cuja jornada está sendo acompanhada por milhares de pesquisadores. Créditos: Nasa/ESA/SOHO, Apolo11.com.


Aproximadamente às 14h30 pelo horário de Brasília, uma nova ejeção de massa coronal (CME) foi registrada na superfície do Sol. De acordo com o Centro de Previsão de Clima Espacial dos EUA, SWPC, o flare solar é de média intensidade energética e está situado no nível M7, em uma escala que vai até M9.

O evento ocorreu na região da mancha solar 1429, que nos últimos dias provocou a maior tempestade solar desde 2005.

A previsão é que as partículas ejetadas cheguem à Terra na quinta-feira de madrugada e da mesma forma que nas explosões anteriores poderão provocar tempestades geomagnéticas de nível moderado. Além das partículas carregadas que estão se dirigindo contra à Terra, uma carga de prótons acelerados pela explosão está penetrando a alta atmosfera produzindo tempestades de radiação solar classe S2, de risco moderado.

Tempestades classe S2 podem trazer riscos biológicos para passageiros ou tripulantes de aeronaves que voam em grandes altitudes nas latitudes mais elevadas.

Classificação das Tempestades Solares
Quando observadas dentro do espectro de raios-x, entre 1 e 8 Angstroms, os flares produzem um intenso brilho ou clarão. A intensidade desse clarão (flare) permite classificar o fenômeno.

Os flares de Classe X são intensos e durante os eventos de maior atividade podem provocar blackouts de radiopropagação que podem durar diversas horas ou até mesmo dias. Em casos extremos podem causar colapso em sistemas de distribuição de energia elétrica, panes em satélites, destruir transformadores e circuitos eletrônicos.

As rajadas da Classe M são de tamanho médio e também causam blackouts de radiocomunicação que afetam diretamente as regiões polares. Tempestades menores muitas vezes seguem as rajadas de classe M.

Por fim existem as rajadas de Classe C, fracas e pouco perceptíveis aqui na Terra.

Cometa Swan
Ao mesmo em que a mancha solar 1429 produzia uma nova emissão de partículas, detectores a bordo do satélite de observação SOHO registravam um novo cometa prestes a ser dizimado pelo Sol.

Detectado pela primeira vez pelo instrumento SWAN (Solar Wind Anisotropies) a bordo do telescópio SOHO, o cometa está chamando a atenção por ser o objeto mais brilhante em rota de colisão solar desde o cometa C/2011 W3 Lovejoy, em dezembro de 2011. Na ocasião, Lovejoy chamou a atenção dos observadores em todo o mundo após resistir à tórrida passagem pela atmosfera solar e se tornar visível por diversos dias nos céus do hemisfério sul.

Não se sabe se Swan vai repetir o mesmo feito de seu antecessor ou se vai ser consumido totalmente a poucos quilômetros do Sol, mas uma coisa é certa: acompanhar o cometa durante as próximas horas é uma atividade imperdível!
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Matérias similares no G1 e Hypescience
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