(MSN / Hypescience) Um cometa descoberto há apenas seis meses fará uma visita ao interior do sistema solar em breve. Mas não precisa ficar com medo, nem esperar nada de trágico ou de deslumbrante. De acordo com a NASA, o cometa é um “covarde”.
Embora a “bola suja e gelada de dimensões modestas” chamada de Elenin não vá prejudicar a Terra, vale a pena dar uma olhada nela.
O cometa, também conhecido pelo seu nome astronômico C/2010 X1, foi detectado pela primeira vez em 10 de dezembro de 2010 por Leonid Elenin, um observador em Lyubertsy, Rússia. Na época, o cometa estava a cerca de 645 milhões de quilômetros da Terra. Nos últimos quatro meses e meio, o corpo celeste diminuiu esta distância, uma vez que continuou trilhando seu caminho cada vez mais próximo do periélio (o ponto mais perto do sol).
No dia 4 de maio, a distância do cometa Elenin já era de “apenas” cerca de 270 milhões de quilômetros. “Cometas que vêm de longe e entram em nosso sistema planetário costumam proporcionar um grande ‘show’ ao fazer essa entrada. Mas não Elenin. Este cometa parece meio tímido”, conta Don Yeomans, do Escritório de Observação de Objetos Próximos da NASA em Pasadena, Califórnia.
O objeto não oferece uma visão muito boa porque ele é muito escuro a olho nu. “Estou falando sobre a forma como o cometa se parece quando ele voa por nós”, esclarece Yeomans. “Alguns visitantes chegam iluminando o céu à noite e você pode vê-los tranquilamente a olho nu onde quer que esteja. Para enxergar o Elenin, por outro lado, você provavelmente precisará de um bom par de binóculos, céu claro e de um local escuro e isolado para vê-lo mesmo em seu momento mais brilhante”, diz.
Este momento deve acontecer pouco antes da sua aproximação máxima da Terra, no dia 16 de outubro deste ano. No seu ponto mais próximo, o cometa estará a 35 milhões de quilômetros de nós.
Essa distância não será capaz de mudar as marés ou mover placas tectônicas aqui na Terra, como sugerem alguns boatos da Internet. Mas alguns se perguntam se o cometa não pode acabar chegando ainda mais perto da Terra do que o calculado.
“Elenin não encontrará nenhum obstáculo que perturbe sua órbita, por isso não vai chegar perto o suficiente de nosso planeta para nos influenciar de alguma forma”, garante Yeomans. “O carro que você dirige todo dia exerce maior influência sobre as marés do oceano do que o cometa Elenin jamais exercerá”, compara.
Apesar do fato de que o cometa não vai mudar muita coisa aqui na Terra, isso não significa que o corpo celeste seja de todo inútil. “Esse viajante intrépido vai oferecer aos astrônomos a oportunidade de estudar um cometa relativamente jovem, que veio de uma região além do nosso sistema solar”, comenta Yeomans. “Depois de uma aparição relativamente curta, o Elenin vai voltar para o lugar de onde veio e nós não vamos mais vê-lo ou provavelmente sequer ouvir falar dele durante milhares de anos. Isso é muito interessante”
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