Imagens divulgadas pela sonda espacial Soho permitem a descoberta de novos cometas no Sistema Solar. Até agora, 2 mil já foram catalogados graças às câmeras da nave e ao trabalho de astrônomos amadores, que analisam os dados divulgados publicamente. (Foto: Soho / Nasa / ESA)
(G1) A agência espacial norte-americana (Nasa) informou que a nave Soho (Observatório Solar e Heliosférico, na sigla em inglês) já registrou a existência de 2 mil cometas no espaço, desde o lançamento em dezembro de 1995. Para atingir a marca, o instrumento da parceria entre Nasa e a agência espacial europeia (ESA) contou com a ajuda de astrônomos amadores na Terra, que analisam diariamente as informações enviadas à Terra.
Os últimos dois foram catalogados por Marcin Kusiak, um estudante de astronomia de uma universidade da cidade de Cracóvia, na Polônia no dia 26 de dezembro. Ele já encontrou mais de 100 cometas desde que começou a colaborar com a equipe do Soho, em 2007. Durante os 15 anos, cerca de 70 pessoas de 18 países já ajudaram no trabalho de registros dos astros.
De acordo com a Nasa, a Soho é a maior reveladora de cometas que existe. Após receber análises dos voluntários e confirmar as descobertas, a equipe responsável pela sonda envia os dados para catálogo no Minor Planet Center, em Cambridge, no estado norte-americano de Massachusetts. O local mantém um registro de corpos celestes pequenos e de suas respectivas órbitas.
Segundo Joe Gurman, um projetista da sonda do Instituto Goddard, da Nasa, as descobertas possibilitadas pela Soho desde 1995 dobraram o número de órbitas conhecidas dos cometas na comparação com o que se conhecia nos últimos 300 anos. Nos primeiros dez anos de atividade, foram 1000 cometas descobertos. A outra metade foi revelada nos últimos cinco anos.
Originalmente criada para monitorar o Sol, a sonda fornece dados sobre cometas por meio de um instrumento chamado Lasco, que monitora a coroa solar, camada que reveste a estrela. Os voluntários estudam as imagens geradas pelas câmeras do dispositivo, que estão disponíveis para acesso público. O Lasco bloqueia a luminosidade da parte mais brilhante do Sol, permitindo a identificação de novos corpos celestes.
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